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Adaptação infantil – A relação entre a escola e a família

“Há pontes que só o amor constrói” Cora Coralina.

Sabemos que as crianças, ao frequentar uma escola, precisam de um local acolhedor e agradável, onde possam se sentir bem e não indiferentes ao novo ambiente ou àqueles que convivem neste espaço, que é apropriado para novos saberes e descobertas. Que os educadores precisam ter ciência da importância dos primeiros dias da criança na escola e quais as possibilidades de organizar a prática educativa nesse período, para diminuir as tensões e permitir a adaptação da criança na Instituição de Ensino. É um processo de adequações e renovações na vida dessa criança, de seus pais, familiares e educadores. O aluno pode apresentar inúmeros sentimentos como: tristeza, insegurança, dentre outros. Tudo depende de como será acolhido, da recepção e planejamento do educador.

As pessoas com quem construíram vínculos afetivos estáveis são seus mediadores principais, sinalizando e criando condições para que as crianças adotem condutas, valores, hábitos e atitudes necessárias à inserção naquele grupo ou cultura específica. A adaptação é difícil não só para a criança, mas também para a família e para a professora, pois implica nas reorganizações e transformações para todos. Desse modo, é altamente desejável que no período de adaptação, a mãe, o pai ou outro familiar, prepare a criança e de todo suporte necessário, auxiliando na exploração desse ambiente estranho e no estabelecimento de novos relacionamentos com outras professoras e outras crianças.

As crianças necessitam avaliar o local e as pessoas que convivem nesta área, podendo questionar se o docente fala a mesma língua, se o educador é semelhante a ela, se as reações dos educadores são conhecidas delas e se as reações dos docentes são parecidas às dos pais. […] Por exemplo: se a mãe sai com pressa todos os dias de manhã para pegar o ônibus e o pai faz o café cantando, há chances de a criança pequena acreditar que todas as mães e todos os pais fazem isso pela manhã. A existência de um ambiente acolhedor, não significa eliminar conflitos, disputas ou divergências presentes nas interações sociais, mas pressupõe que o professor forneça elementos afetivos e de linguagem para que as crianças aprendam a conviver, buscando as soluções mais adequadas para as situações com as quais se defrontam diariamente. A professora tem o papel de liderar o processo de adaptação, acompanhando e auxiliando os pais e as crianças a se ambientarem ao ambiente da instituição. Com um bom trabalho de socialização, a criança a ser adaptada terá o apoio e ajuda entre os demais colegas e professores, que tem o papel muito importante de mediador e facilitador da socialização.

Se o professor é dedicado, seus alunos darão o apoio necessário para que aquela nova criança consiga adaptar-se à nova rotina. Não existe um receituário que mostre passo a passo de como agir, mas, com perseverança e dedicação pode contornar a situação e fazer com que a criança se adapte àquele mundo totalmente novo para ela e seus pais. Propiciar um ambiente acolhedor, com uma entrada acolhedora, uma sala aconchegante, atividades encantadoras, brinquedos e materiais diversos é, então, fundamental nesse processo. Porém, situações conflitantes também precisam ser apresentadas para que a criança aprenda a lidar com os obstáculos e desafios do dia-a-dia. Isso auxilia no seu crescimento em todos os aspectos para, futuramente, se posicionar como cidadão. Acolher está relacionado ao ato de cuidar/educar, portanto, propiciar as condições de aprendizagem num ambiente que favoreça o desenvolvimento de habilidades, conhecimento e as interações sociais para a formação de cidadãos e o exercício da cidadania.

Nesse sentido, o acolhimento torna-se um processo de mediação entre a escola e a família, e pode ser devidamente construído com ações interativas, que vão desde reuniões para pais e não só, até mesmo, visitas às salas de aula para mostrar o cotidiano nas escolas.

Suzanne  

Graduada em Pedagogia, história e geografia, com especialização em Educação Especial e Inclusiva e Psicopedagogia clínica e Institucional. Suzanne atua na área educacional, há mais de 15 anos, um dos diferenciais do seu magistério, são as estratégias de na adaptação escolar infantil. qcarinhopedagogico@gmail.com